segunda-feira, 23 de novembro de 2009


Se houvesse dúvidas sobre a qualidade de "Fringe", esta segunda temporada, emitida actualmente nos Estados Unidos, veio de certa forma dissipá-las. JJ Abrams apostou forte na sua produção, que no ano passado provocou forte impacto e expectativa no panorama de ficção televisiva americano.
O problema é que "Fringe" começou mal. Apesar do episódio piloto de grande orçamento muito vistoso, os argumentistas "descarrilaram" e criaram uma teia de enredos digna dos "X-Files" mais manhosos das últimas temporadas, ou seja pelos bons mas também pelos maus motivos.
Tal como acontece com "Flash Forward", o equilíbrio entre a história e os inúmeros enigmas e enredos de continuidade é altamente deficitário. O espectador agradece que lhe forneçam intrigas e mistérios, mas em doses "legíveis". "Fringe" baralhou as cartas de tal forma, que o acidente esteve prestes a acontecer, com audiências fracas e votações on-line abaixo das expectativas. No entanto, a equipa de Abrams soube dar a volta à questão, e pouco a pouco o argumento solidificou-se num fio narrativo ainda mais fantasioso que X-Files, onde o véu foi propositadamente levantado mais cedo que o previsto para não defraudar as audiências. E resultou. A "season finale" da temporada 1 valeu toda a paciência daqueles que ainda acreditaram num bom envesamento das coisas.
"Fringe" é actualmente a melhor série de ficção científica proveniente do espectro televisivo americano. Com "Battlestar Galactica" terminada e "V" a revelar-se um enorme flop, tem todas as condições para se tornar um culto de tanta longevidade como as aventuras de Mulder e Scully contra os ET's. Assim espero, porque quero saber se Leonard Nimoy irá aparecer mais vezes, como irá terminar a guerra entre os mundos paralelos, quais os segredos obscuros que Walter Bishop guarda (personagem brilhantemente interpretada por John Noble) e que raio são os observadores, aquela raça de seres carecas e vestidos como caixeiros-viajantes dos anos 60.

Editado a 30 de Dezembro de 2009

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