sábado, 5 de dezembro de 2009


Fui verificar, porque ainda sou daqueles que guarda todos os bilhetes (embora a maior parte já seja imprimida em papel térmico que provoca o desvanecimento das letras com o tempo). Já não vou a uma sala de cinema desde 5 de Setembro, quando assisti ao novo Tarantino. Pior. A sessão anterior fora a 18 de Julho, com a comédia "A Ressaca".
Para alguém como eu, que sempre respirou as salas de projecção, os cartazes, as pipocas ou os ambientes mais selectos do King, é de facto um acontecimento.
Parece que foi ontem que assisti ao primeiro filme no velhinho estúdio S.Tiago, em Castelo Branco, na altura acabadinho de inaugurar com o último grito que vinha dos States: nada mais nada menos que "Top Gun".
Significa que estou definitivamente divorciado do cinema? Pelo contrário. Vejo uma média de 10 a 15 filmes por semana. O problema é que já tenho uma PS3 com leitura de Blue Ray, um belíssimo ecrã LCD FullHD, um disco externo de leitura de ficheiros em DiVX conectado por HDMI, enfim... o básico que um geek precisa para continuar a acompanhar o maravilhoso mundo da sétima arte (ou da sétima e meia, se contarmos a qualidade de algumas séries de TV a passar na actualidade no pequeno ecrã).
Mas o fenómeno é geral. Se descontarmos um ou outro grande blockbuster, cada vez há menos pessoas a ir ao cinema. Por que razão o fariam, se em casa dispõem de todo o conforto e tecnologia para uma experiência muito próxima à das salas escuras? E há que ter em conta toda a pirataria actual, que permite que numa questão de meses, semanas, e às vezes dias, seja possível assistir com qualidade aceitável (de DVD ou BD) um filme que ainda nem estreou no nosso país. Porquê então ir a um cinema? Não sei as respostas. Estou a ser levado por ventos que ainda não sei onde me levarão, mas que não abonam em nada o futuro do cinema enquanto espectáculo exterior de massas em sala paga. Há uma réstea de esperança: que o cinema se reinvente, consiga atrair de novo as pessoas às salas com promessas de novas tecnologias e visionamentos que sejam incompatíveis com o sofá cá de casa (pelo menos enquanto não surgir uma nova geração de TV's ainda melhores, e leitores de discos com mais dados e mais definição, ou simplesmente redes gigantes que nos enviam os filmes para casa pela net numa questão de segundos). Eu diria mesmo que este mês de Dezembro vai assistir ao lançamento de uma das principais armas, uma dessas esperanças da indústria do cinema. Refiro-me a James Cameron e o seu aguardadíssimo "Avatar". Peter Jackson e Steven Spielberg falam maravilhas do sistema inventado por Cameron. Será suficiente? Veremos. Para já, tenho a certeza que este será o próximo filme que me fará regressar a uma sala de cinema. E isso é uma pequena grande vitória.

Editado em 8 de Novembro 2009

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